Machado de Assis – relíquias culinárias
Pesquisadora no campo da antropologia cultural e história da alimentação, a cientista social Rosa Belluzzo apresenta no livro o cenário gastronômico do Rio de Janeiro do final do século XIX e início do XX, a partir do olhar de Machado de Assis. Frequentador assíduo das confeitarias espalhadas pelo centro carioca, o fundador da Academia Brasileira de Letras viveu e documentou as grandes transformações da sociedade fluminense.
Detalhado e ilustrado, o livro de Rosa Belluzzo entrelaça a história da gastronomia e seus desdobramentos culturais com um inventário de receitas da época, apresentando os registros desses novos hábitos culinários na obra machadiana. A partir dos textos de Machado de Assis, a autora revisita as impressões e os sabores que o escritor experimentou, entre os quais a manteiga francesa e a batata-inglesa. Os novos hábitos à mesa de uma sociedade que se urbanizava rapidamente foram registrados tanto pelo Machado romancista quanto pelo cronista, como serviço de mesa à francesa, destacado no conto As bodas do Dr. Duarte, e a contratação de cozinheiros estrangeiros, relatada na obra Quincas Borba.
Observando e participando ativamente da incipiente vida cultural da principal cidade do país, Machado assistiu ao florescimento de cafés, restaurantes e confeitarias que surgiram ao longo do processo de transformação do Império em República, e que contribuiu para a sofisticação gastronômica da elite carioca. Com farta iconografia da época, Machado de Assis – relíquias culinárias também mapeia a história cultural do Rio de Janeiro, dando ao leitor de hoje um panorama das inovações socioculturais geradas entre o final do Segundo Império e a nascente República.
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