O monstro bate à nossa porta
Poderosa análise ambiental, política e socioeconômica, o livro discute a participação de governos, do agronegócio e das indústrias de fast-food e farmacêutica no processo de disseminação do vírus H5N1, o letal vírus da gripe aviária, transmitido por galináceos e aves aquáticas da Ásia. Com o subtítulo A ameaça global da gripe aviária, a obra escrita por Mike Davis, professor de teoria urbana do Instituto de Arquitetura do Sul da Califórnia (EUA), reconstrói o trajeto histórico e político do desenvolvimento do vírus, “entrincheirado nos nichos ecológicos criados pelo agrocapitalismo global.”
De virulência assombrosa, o H5N1, segundo a Organização Mundial da Saúde, está próximo de uma mutação, que será ainda mais contagiosa do que a variante que emergiu na China, em 2003, e, potencialmente, poderá matar até 100 milhões de pessoas em dois anos. Aprontando a concentração da pobreza urbana e as políticas governamentais como responsáveis pela criação das condições ecológicas ideais para a disseminação da gripe aviaria, o professor norte-americano aponta a deterioração infraestrutural da saúde pública, nos países ricos e pobres, como fator desencadeante do que ele chama de “apocalipse bibológico”.
Davis também ataca a negligência da indústria farmacêutica na produção de vacinas contra doenças infecciosas, tidas como “não lucrativas”. E denuncia os motivos da ausência de estoques globais de Tamiflu, única droga antiviral capaz de defender o mundo contra a pandemia de H5N1.
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2 comentários:
Os resumos andam muito bons. Dá vontade de ler. Parabéns.
Que bom saber que você está nos acompanhando e que as resenhas estão servindo de estímulo à leitura!
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