Domando águas
Com o subtítulo Salubridade e ocupação do espaço na cidade de São Paulo, 1875-1930, a obra apresenta uma nova perspectiva do processo de urbanização da capital paulista: as águas. Originalmente apresentado como tese de doutoramento de Fábio Alexandre dos Santos, o livro demonstra como os serviços e obras destinadas a oferecer salubridade aos paulistanos configuraram o espaço urbano.
Operando na interface entre história econômica e história social, Santos toma como elemento central desse processo as diferentes maneiras pelas quais a cidade lidou com a questão das águas, vista por uma pluralidade de aspectos: as que cortavam toda sua área territorial, por meio de rios e inúmeros córregos; e as que eram servidas ao consumo humano; aquelas descartadas pelos moradores; e as que tinham uso compartilhado tanto para abastecimento quanto para a geração de energia elétrica. Para Santos, historicamente, dominar e disciplinar essas águas, por meio da construção de sistemas de abastecimento de água, de coleta de esgotos/saneamento e de combate às enchentes, tornou-se um desafio recorrente à urbanização paulistana.
Em íntima relação com as concepções científicas então vigentes, sobretudo o higienismo, essas ações significaram modos privilegiados de configurar e civilizar a cidade, ao mesmo tempo em que representou um processo de segregação de seus habitantes a partir de novos espaços roubados aos rios, de constituição de hierarquias sociais em razão do acesso desigual aos serviços e de estabelecimento de novas categorias para a limpeza, a civilização, a ordem e a transgressão sociais no espaço urbano.
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